- Oi. - O que você está fazendo aqui? - Não sei. Vim parar aqui. - Você é louca. - Talvez. - Entra. - Licença. - Senta. - Então. Não sei se eu tenho alguma coisa para te falar. - Você disse que isso não aconteceria mais. - É. Eu cumpri por um bom tempo, mas não deu. Eu não controlo essas coisas. - Não chora. - Já tô acostumada. - Me dá sua mão. - Eu gosto tanto quando você dá a mão pra mim. - ... - Mais ainda quando você dá esse sorriso. - Me dá um abraço. - Quantos você quiser. - Engraçado. As coisas realmente não acontecem por acaso. - Porque você está falando isso? - Eu estava pensando em te ligar. De repente você aparece. - Destino? - Eu andei pensando muito nas coisas que eu li. - É? - É. - Legal que elas te fizeram pensar. Uma pena não te fazerem agir. - Não é verdade. - É sim. Como sempre foi. - Não é. Eu tomei algumas decisões. Tá tudo muito difícil pra mim. - Eu sei. Pra mim também. - Algumas escolhas têm que serem feitas. - Já ouvi isso antes. E não foi legal. - Tudo o que aconteceu era pra ter acontecido. - Concordo em parte. - Eu penso muito em você. Você sabe disso. - Já falei que não é pra você ficar me falando essas coisas. - Algumas coisas mudaram. - É. Só se for pra você. - Pra mim. - E o que isso tem a ver comigo? - O que tem a ver é aquilo que eu te disse uma outra vez que você esteve aqui. - O que? - Sobre o seu nome e o meu futuro. - Ahn... Explica. - Eu sempre te disse que eu nunca menti pra você. E aquele dia eu não menti. - Mentiu. - Tá bom, se você acha que eu menti. - Acho. - Eu quero comer carolinas. E tomar suco de laranja. - ... - Entrar no cinema de graça. - Sobre o que você está falando? - Sobre ficarmos juntos. - Você deve ter surtado de vez. - Talvez. Mas é o que eu quero agora. - Como sempre você só pensando em você. - Tá bom, então eu sou um egoísta! Eu estar querendo que a gente fique junto é egoísmo meu? - Não. Você está certo. Desculpa. - Eu que tenho que te pedir desculpas. - Porque? - Por não ter te ouvido antes. Por ter demorado pra entender algumas coisas. Por ter te feito chorar. - Então você não está bravo por eu ter aparecido aqui às 6 horas da manhã de novo? - Mais ou menos. Eu já tinha pedido pra você não fazer isso. Não gosto. - Desculpa. Mais uma vez. - Agora você já está aqui. E a gente já está conversando. - Então vamos continuar... - É isso, meu. Não tenho mais muita coisa pra falar. - É isso o que? - Posso te dar um beijo? - Só se você não me deixar constrangida. ... . . . - Me abraça muito forte. - Porque você está chorando? - Não sei. Acho que é porque eu te amo. - Quero tentar mais uma vez, Lu. - Por você eu tento até o fim da vida. - Então, vem, limpa esse rosto. - Eu preciso ir trabalhar. - Eu também. - Me leva até a Estação de Trem? - Levo. Só se você me der mais um beijo. - Quantos você quiser.