Ele não precisaria ter sido tão idiota. Que ele era idiota ela já sabia, mas não precisava ter provado. A gente sabe que algumas pessoas são idiotas, mas se contenta e fica feliz quando elas não escancaram sua idiotice. Eu sei que você é idiota, mas você não precisava ter mostrado ela assim, completamente nua. Por que a gente sabe que algumas pessoas são idiotas, mas ficamos brincando de fazer-de-conta que talvez elas não sejam tão idiotas assim. E o pior é quando temos carinho por pessoas idiotas. E normalmente os sentimentos bons sempre sobrepujam os sentimentos maus, e daí a gente acaba dando mais ouvido pro carinho do que pra idiotice. E isso também é ser idiota. É ser idiota fingir que uma pessoa não é idiota quando você sabe muito bem que ela é completamente idiota. E quanto mais idiota, mais raiva dá, porque no fundo você não queria que ela fosse idiota. Sempre tem uma esperançazinha-filha-duma-puta lá no fundo tentando esconder a idiotice alheia. E quanto mais a gente se cega pra idiotice dos idiotas, mais idiota a gente fica. E você é completamente idiota, junto comigo, que sou mais idiota ainda porque ainda não entendi que você é inteiramente idiota. E quanto mais você sair dançando por aí exibindo sua idiotice, mais idiota eu vou me sentir por ter tentado achar que você não era idiota. Mas eu sei que você é pura idiotice. Quanto mais raiva me dá da sua idiotice, mais idiota você se torna pra mim e mais idiota eu fico por perceber o tamanho da sua idiotice e não entender que é idiota. Eu tenho o costume de esfaquear a idiotice alheia. Não a minha. E, no fim, você é o mais idiota, porque escancara sua idiotice como uma puta abre as pernas em horário de trabalho. Eu não, só eu sei da minha idiotice. E você se fodeu. Idiota.