quarta-feira, maio 31, 2006

Para o meu pai

Sua primeira dor na alma foi ao sentir a dor de seu pai. Os malditos homens fardados o levaram embora de casa.
E foi ali que ele deu de cara com a injustiça - nua, crua, escancarada.
Dolorosa.
Que tocou fundo.
Então ele foi buscar a razão.
Então ele quis lutar.
E ele lutou.
Ele gritou.
Ele falou.
Ele bradou.
Ele protestou.
Não se calou.
Ele transou.
Ele amou.
Ele gerou.
Ele sorriu.
E nunca caiu.
Ele sempre segurou as pontas.
Porque ele é imponente.
Ele é forte.
Ele é homem.
Ele é homem, e ele chorou.
Como alguém que, mesmo parecendo distante da fragilidade, deforma sua face para fazer uma lágrima rolar.

amo-te

21:57 +