quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Life is a lie

Ai… Escrever dói. Escrever suga, escrever alivia. Dor aliviante. É como quando estamos com um roxo na perna e apertamos ele bem forte. E além disso é necessário, é vitalício. Eu me transformo em algo que posso não ser ou simplesmente transfigurar a vida que é realmente minha em palavras desajustadas que ninguém nunca irá entender. E um dia alguém se interessará, mas eu não estarei mais aqui para explicar. Palavras são palavras e elas nunca irão conseguir transmitir um sentimento, por que palavras são escrita, sentimentos são apenas sentimentos, sentimento se sente. Socorro!! Que palavras são essas?? Que sentimentos são esses? Dona Luísa já fui muito mais lúcida em sua vida. Segundo meu pai eu fiquei demente. Eu achava que demência não tinha cura, mas, então, pela primeira vez entrei em um daqueles consultórios em que você senta no divã e fala sobre sua vida para uma pessoa que você nem conhece e tudo parece ter tomado um rumo diferente. Voltei a ser a Luísa que eu nunca fui. Agora eu to aí, só tentando entender o porquê disso tudo ter acontecido. Esperando por outra pessoa que cause mais demência na minha vida. Por que, apesar de tudo, todo aquele caos que parecia não ter fim foi de grande necessidade. Agora eu aprendi a dizer: “ah, vida, como você é engraçada!”. E quanto mais eu chorar, mais engraçada ela será. Vida sem lágrimas não é vida. Seja a vida amarela, azul ou multicolor, mas que seja uma vida. Regada dos mais conflitantes fatos que a compõem, que a vida saia de dentro de casa. Que ela arrume suas malas e saia percorrendo o mundo, batendo de porta em porta, entrando por todos os vãos, encontrando todo o tipo de clima, todo o tipo de gente, todo o tipo de rostos, todo o tipo de amores. Sejam eles amores marinhos, sejam eles amores aéreos, mas que sejam amores. Sejam eles amores correspondidos, sejam eles amores solitários. Sejam eles amores eternos, sejam eles amores com prazo de validade, mas que sejam amores.

Oi, vida! Me chamo Luísa e estou pronta para chorar tudo outra vez.
Ah! Como és linda…

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