sexta-feira, janeiro 13, 2006

Apenas não diga que ama

Não quero esquecer do rosto. Rosto de menino-homem, cativante e eu não consigo não balançar… Ah, por favor, e aquele balanço todo? Foi tudo tão de faz-de-conta e o difícil é acreditar naquilo que olhos vêem. Não fuja rosto, o rosto na memória, não se vá e deixe-me ao menos lembrar daqueles momentos únicos que foram vividos com toda intensidade. Mas como já disse certa vez uma propaganda da Sprite, imagem não é nada e me dói saber o quanto eles todos estão sempre certos e eu fico brincando do jeito que minha cabeça quer que eu brinque. O rosto... tão bom ver o rosto e não quero nunca mais me esquecer dele. Foi uma cerveja, uma visão e eu tive que agradecer de certa forma. Agradecer? Vocês estão é brincando comigo! Aquele sorriso do rosto, do abraço, do balanço, que só me fizeram balançar também e encher a vida de laços rosas e de novo desataram todos os laços e ela ficou a ver navios. Homem gosta do que vê, mulher gosta do que ouve. E se disserem a ela que tudo foi ilusão de ótica, ela acredita, perdoa e ainda continua na beira da praia construindo seu castelinho de areia, até que alguém venha e o destrua mais uma vez, como ela já está cansada de saber. Ah, rosto maldito! Balanço maldito! E é incrível, pois apesar de tudo isso não consigo explicar a minha paz… Talvez por ter enxergado o rosto. O rosto que traz paz, o rosto do aconchego, o abraço inocente. Inocente para a luxuosa vida de Madame Bovary. Seu balanço desta noite está completamente errado e você não consegue se esconder por entre as árvores. Ela é o balanço certo, ela é um poço de sensibilidade, e por que você não enterra seus 20 anos 50 metros abaixo da terra? Deixe-os lá, mortos, pois já passaram há muito tempo e você se esqueceu de viver essa idade incrível. Quem é de verdade sabe quem é de mentira já me disseram certa vez e você não tem se olhado no espelho. Mas de que adiantam palavras vazias perdidas na madrugada, se enquanto tu te enganas, ela dorme para tapear a angústia que papilta no peito? Foi ela quem quis ir atrás de Rose. Terra para Rose. O sonho de Rose – foi lá que o rosto havia balançado pela última vez.

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