quarta-feira, maio 25, 2005

No Aeroporto

Era tudo mentira e Michelle gritava loucamente para aquela homem esquisito que mais parecia um zumbi, enquanto os dois faziam sexo matando a saudade sufocada no peito e nas armas. Michelle amava tanto aquele monstro, faria qualquer coisa por ele e disse-lhe o quanto o seu amor era eterno. Eperaria por ele até o fim dos tempos e então ganhou um beijo melado e começou a gritar que odiava demais o monstro. A saudade recolhida no peito, a angústia, uma luz baixa, tudo muito calmo e Michelle falando de amor. O outro Homem com a culpa esculpida na testa e a outra garota se identificando com Michelle e também querendo falar de amor. Mas as palavras não saíam.

Aquilo tudo tinha que ter acontecido, porque nada acontece por acaso. A Flor, o Homem, Michelle e o zumbi. Que quarteto incrível!! Será que o Homem não percebe? Quantos conflitos, quantos sentimentos verdadeiros, quanta mágoa! Quanta mágoa...
O Homem nada falou.
O zumbi sofria, coitado...
Michelle e a garota hão de se encontrar por aí nos caminhos dessa vida louca.

O Homem mudo.
A garota pedindo socorro.
Então as luzes se apagam, eles saem de mãos dadas como antes e talvez tenha sido o final do teatro sem fim. Sem continuação.
Triste fim.

Era tudo mentira?
Aquilo tudo tinha que ter acontecido?

Castelos desabando ao chão.
Mais uma vez.

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