Procurar meu espaço na escuridão, porque os feixes de luz são apenas ilusão. Se minhas palavras tivessem lâminas, o mundo poderia ser diferente, porque com elas eu faria um talho na cara de cada um de vocês. Por vocês aceitarem viver na condição de mascarados, se escondendo por entre as sombras, brincando de faz-de-conta com aquilo que sentem, por julgarem que são donos das flores, quando na verdade as flores que choram são rosas espinhosas que poderiam matar vocês. O domínio é um manto preto que serve para cobrir a covardia de dois cactos que precisam de água. Água e flores. Vocês não assustam o azul. O peso dos coturnos. Coturnos que pisam nas flores.
Uma atitude desnecessária em contraposição com outra desprezível. Ele preferiu a desprezível e desprezou a desnecessária.
Seria o final um ultimato? Vamos acabar com essa palhaçada. Parece que quanto mais adultos, mais crianças. E no dia que está por vir, entraremos no caos dançando e sorrindo, como flores que acabaram de desabrochar, irradiando satyricon pelo recinto. Perversas, malditas, perigosas e mafiosas. E em um momento íntimo, vocês virarão o rosto e serão talhados na cara por nossas palavras. Marcados para sempre.