sábado, março 29, 2003

Já que tocaram no assunto e esse blog anda realmente chato, pois não há muitas novidades em minha vida, vou colocar um texto da Clarah Averbuck, com algumas adaptações minhas, que fala sobre o contexto da tal época. Estava morto, mas fizeram reviver, então vamos lá, lembrar um pouco do passado:

"Para o mesmo de sempre, o de antes

Nunca mais vou acreditar em uma palavra saída desses seus dedos sujos, sejam elas roubadas ou aquelas de espuma branca que só você sabe fazer. Nunca mais.
Nunca mais quero ouvir a sua voz, te ver, te ler, te lembrar. Nunca mais quero ser sua amiga e ouvir o amargor de menino cristão, nunca mais quero te dar ombro quando você disser que está sem amor. Não quero, não quero, não vou.
Nunca mais, nunca mais, nunca mais.
Não mais amantes há tempos, agora, não mais amigos, não mais nada, nada, não.
Eu, idiota, inventei que você me entendia porque tinha inventado tudo sem saber sobre a cordinha na sua mão.

A maior invenção do mundo até me puxar descarga abaixo.

Não vou te mandar me esquecer porque você já esqueceu.
Não vou te mandar sumir porque você já sumiu, sem adeus, sem uma carta, aviso prévio, bilhete suicida.
Eu já sabia.
E o pior, querido, é que você entendeu tudo errado.

Puxa a descarga mais uma vez, puxa com força e enfia sua cabeça lá dentro, deixa a água correr e tenta entender direito na próxima vez.

Você só perde.
Azar seu.
Eu já sabia.
Você estraga tudo, tudo, tudo.
Você fere os outros, você só pensa em você, você não pensa na sua namorada que te ama.

De novo. Do mesmo jeito covarde, aquele silêncio mentiroso que mata. Não saber mata. O silêncio é uma espécie de mentira.

Você estraga tudo.

Mas foda-se.

Não quero mais brincar com você. Nunca mais."
Clarah Averbuck

Esclarecimentos: esse texto nada tem a ver com o Filipe.

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